- Não seja mal-agradecido. Lembre-se de que você está nesse posto não por habilidade política, simpatia ou beleza. Você até pode ter algum desses atributos, mas a verdade é que você representa interesses que precisam ser contemplados, os mesmos interesses que o colocaram nesse cargo.
- Procure contar com uma ou mais rede de televisão e com uns três ou mais jornais de grande circulação. Ou eles estão entre os interessados antes referidos ou também são intermediários patrocinados para concretização desses interesses. Não economize recursos com a mídia. Se eles faltarem, use os destinados à Previdência.
- Evite qualquer discussão sobre os propósitos da Reforma, sobre se ela é de fato necessária ou em que medida se faz indispensável. Esclarecer e discutir é perda de tempo. Utilize argumentos aterrorizantes, mesmo que inverídicos, como o de que “se não houver reforma o país afunda”. Já dizia um ministro da propaganda do século passado que uma mentira sempre repetida se torna uma verdade (só não revele o esse dito ou seu autor!)
- Lembre-se que boa parte dos responsáveis pela aprovação dessa Reforma está sob investigação. Com a corda no pescoço, estarão dispostos a arranjos inimagináveis ao senso comum. E aproveite enquanto os que são sérios se encontram desabilitados e desacreditados pela generalização esterotipada.
- Distribua benesses. Perdõe dívidas dos devedores contumazes, algumas prefeituras e alguns políticos inclusos. Concentre-se e não se preocupe com os bilhões de reais renunciados, pois o propósito é a reforma. Mas seja discreto, exclua multas e refinancie esticando prazos com juros amigáveis.
- Demonize alguns setores. Aponte-os como responsáveis pelo déficit decorrente da deplorável gestão pública federal. Servidor público é o ideal. Chame-os de privilegiados. Ninguém se preocupará em saber que eles contribuem mais para receberem aposentadorias maiores. E não esqueça que há gente de olho nessas arrecadações, exatamente aqueles ‘interesses’ lá do item 1.
- Mascare dados. Afirme que há déficit da previdência, mas não apresente números confiáveis. E jamais, sob qualquer hipótese, mencione a dívida pública brasileira com o setor financeiro como a maior destinatária dos recursos públicos.
- Com a ética não se negocia, portanto, deixe-a de lado! E o mais importante: sempre mantenha cuidado com o que você fala! Muita cautela, pois você pode estar sendo gravado, filmado ou interceptado sem saber.(Manuscrito encontrado numa lata de lixo)
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