LIVROS E FILMES

Todo mundo já deve ter ido ao cinema assistir It: A Coisa:

Aquele calhamaço de mil e poucas páginas do Stephen King, chamado apenas It (publicado em 1986), já tinha virado filme para televisão no ano de 1990.

Aproveitando que o escritor americano está em voga (vide Zero Hora do dia 18/10/2017, segundo caderno), indico: a) biografia do Stephen King, ; b) a nova série da NETFLIX (O Nevoeiro), baseada num conto do King. Já havia sido filmado em 2007. Um baita filme, aliás:

e, c) um filme espanhol deste ano que está na NETFLIX, que lembra muito O Nevoeiro, que se chama O Bar”:

Mas gostaria de compartilhar a leitura de uma história trazida pelo Stephen King em seu livro “Dança Macabra”. Trata-se de uma narrativa oral que nunca foi escrita, contada quase sempre em volta de uma fogueira de acampamentos. Segundo o autor, é a mais básica história de terror, chamada História do mão de gancho:

Um cara e sua namorada saem num encontro, entendeu? E param o carro lá no Beco dos Amantes. Bem, então, enquanto estão indo para lá, o rádio interrompe a programação para um informe. O locutor diz que o tal maníaco homicida conhecido como “O Gancho” acabou de fugir do manicômio judiciário de Sunnydale. Eles o chamam de O Gancho porque é isso que ele tem no lugar da mão direita, um gancho afiado como uma lâmina, ele costuma andar por esses becos onde os namorados ficam, entendeu? E então, ele pega as pessoas que estão ficando e corta fora a cabeça delas com o gancho. Dá pra arrancar a cabeça delas porque o gancho é muito afiado, entendeu? — quando eles o pegaram, encontraram umas 15 ou 20 vinte cabeças na geladeira dele. Então, o locutor manda ficar de olho em qualquer cara com um gancho no lugar da mão, e longe dos cantos escuros e isolados onde as pessoas vão dar uns amassos.

Então, a garota diz: “Vamos para casa, sim?” E o rapaz — ele é desses caras grandalhões, sabe, cheios de músculos — diz que não está com medo do tal Gancho, que ele deve estar a quilômetros dali. Então ela começa: “Vamos embora, Louie, estou com medo, o manicômio de Sunnydale não é muito longe daqui. Vamos voltar para a minha casa. Eu faço pipoca e a gente pode ficar vendo televisão.”

Mas o cara não dá ouvidos e logo depois eles estão no mirante, estacionados no fim da estrada, transando. Mas ela continua falando que preferia voltar para casa porque eles são o único carro por ali, entendeu? Aquela história do Gancho tinha assustado todo mundo dali. Mas ele diz, “para com isso, deixa de ser covarde, não há nada a temer, e mesmo que tivesse, eu te protegeria”, esse tipo de conversa.

Então eles continuam por ali namorando mais um pouco, quando ela ouve um barulho — um galho partindo ou coisa do gênero — como se tivesse alguém entre as árvores, querendo meter medo neles. Aí ela fica completamente alterada, histérica, maluca e tudo o mais, como só as garotas sabem fazer. Implora ao rapaz que a leve para casa, e ele continua dizendo que não está ouvindo nada. Então ela olha pelo espelho retrovisor e pensa estar vendo alguém agachado atrás do carro, espreitando e sorrindo. Ela diz que se ele não a levar de volta para casa, nunca mais sai com ele e toda essa conversa mole. Então, ele liga o motor e sai cantando os pneus, porque já está de saco cheio dela. Na verdade, ele quase arrebenta com os dois pneus.

Bem, daí eles chegam em casa e o rapaz dá a volta no carro para abrir a porta para ela, quando para em frente à porta, fica branco como um papel. Seus olhos estão tão esbugalhados, que parecem que vão saltar das órbitas. Ela pergunta “Louie, o que houve?”, e ele cai desmaiado bem ali na calçada.

Ela sai para ver o que aconteceu e, quando bate a porta do carro, ouve um som estranho de metal tilintando e vira para ver o que é. E ali, pendurado na maçaneta, está o gancho, afiado como uma lâmina.

Boa leitura!

MÚSICA DA SEMANA

Nossos irmãos argentinos são grandes produtores do mais reluzente rock, sempre com uma pitada, claro, de ritmos latinos. Um exemplo, é a banda lá do início dos anos 90, que atua até hoje com muita força: Mancha de Rolando. Tem no SPOTIFY 13 álbuns.
Duas músicas maravilhosas desta banda. Cabrón:

Guerra, la que mata mil veces/hambre, la que mata despacio/suerte, la que guía mis passos.

E a maravilhosa Llegara:

Na próxima, ouviremos Los Piojos (ou seu vocalista solo: Ciro y los Persas), Los Tipitos, Las Pelotas, Los Abuelos De La Nada, Los Rancheros, Los Enanitos Verdes e muito mais. 

Bom som!

CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO (COMING SOON)

Na próxima edição do Infocult serão tratados os seguintes temas: a) picharemos o muro da Avenida Mauá em Porto Alegre com aquelas palavras finais do livro de John Steinbeck, “O Inverno da Nossa Desesperança”: É muito mais escuro quando a luz se apaga do que seria se ela nunca tivesse se acendido; b) assistiremos o melhor documentário de todos os tempos sobre a Jovem Guarda, “Jovem Aos 50 – A História De Meio Século da Jovem Guarda:

c) tentaremos ler para crer o livro “História Bizarra da Literatura Brasileira” (editora Planeta) de Marcel Verrumo, onde se contam histórias sobre Pero Vaz de Caminha, sobre a esposa de Guimarães Rosa e, também, se resgata nomes obscuros, como o de Nísia Floresta Brasileira Augusta (1810-1885), a primeira mulher a escrever um livro no país.

CITANDO E RECITANDO

Acreditar em nossa própria mentira é o primeiro passo para o estabelecimento de uma nova verdade.
(Carlos Drummond de Andrade)

Donald Trump bloqueou-me no Twitter. Por este meio estou bloqueando-o de ver IT or MR. MERCEDES. Sem palhaços para você, Donald. Vá você mesmo Flutuar.
(Stephen King no twitter )

E então me dediquei a fazer as coisas que achei que mais precisava, como uma mesa e uma cadeira.”
(Daniel Defoe, “Robinson Crusoé”)

Mudar o mundo, amigo Sancho, não é loucura nem utopia, mas sim justiça.
(Dom Quixote)

Os textos publicados não refletem necessariamente a opinião da AJUFERGS. O blog é um meio de convergência de ideias e está aberto para receber as mais diversas vertentes. As opiniões contidas neste blog são de exclusiva responsabilidade de seus autores.