DOS FILMES FILMADOS

Depois de ter lido atentamente as impressões da Desembargadora Federal Marga Inge Barth Tessler , sobre o ótimo livro do Leonardo Padura, “O Homem que Amava os Cachorros”, é claro que imediatamente fui conferir a obra. (Muito) mais ainda, fui assistir ao filme que parece (só parece) seguir o roteiro do livro mencionado: “O Eleito” (El Elegido) deste ano de 2017. Filme espanhol que cuida do assassinato de Leon Trótski (1879-1940). Em 1937, Ramón Mercader (Alfonso Herrera), um jovem oficial espanhol, recebeu a maior e mais perigosa missão de sua vida, com ordens vindas direto do ditador soviético Stálin: assassinar Leon Trótski. Durante a tarefa, ele terá que assumir diversas personalidades para alcançar seu objetivo, como fingir ser um cidadão belga fugitivo da guerra na Europa.
Um filmaço que se encontra atualmente na NETFLIX:

Mesmo que já se conheça o fim, o filme mantém a tensão até o ato derradeiro da picaretada final. Impressionante.

Claro que em 1971, o cinema já tinha se ocupado sobre tal fato histórico em “O Assassinato de Trotsky”, com Richard Burton e Alain Delon. Talvez melhor, não sei:

Falando nisso – Trótski, centenário de uma revolução, etc. -, é bom mencionar o livro de autoria de Leon Trotsky chamado “A História da Revolução Russa” de 1930, que é um testemunho detalhado dos eventos de 1917. O primeiro volume tem o seguinte subtítulo “A Queda do Tzarismo”. O segundo volume “A Tentativa de Contra-Revolução”. E o terceiro e último, “O Triunfo dos Sovietes”.

No prefácio, ele diz: “A Rússia, ainda nos dois primeiros meses de 1917, era a monarquia dos Romanov. Oito meses mais tarde os bolcheviques apoderavam-se do leme, eles que, no princípio do ano, eram desconhecidos, e cujos líderes, no momento mesmo do acesso ao poder, foram inculpados de alta traição. Não encontramos na História outro exemplo de uma reviravolta tão brusca, sobretudo se nos lembrarmos de que se trata de uma nação contando com 150 milhões de habitantes. Claro está que os acontecimentos de 1917 – sob qualquer prisma em que os consideremos – merecem ser estudados.

Bom filme!

MÚSICA DA SEMANA

É recomendável ter assistido ao filme “O Mundo de Andy” de 1999 do premiado diretor Milos Forman (Amadeus de 1984, Um Estranho no Ninho de 1975, Hair de 1979) para compreender e captar o espírito do fabuloso documentário da NETFLIX “JIM&ANDY”.

Foi assim: durante as filmagens da cinebiografia do comediante americano (1949-1984), o ator Jim Carrey que interpretava o saudoso ator performático, permitiu que os bastidores das gravações fossem também registrados. Quase 20 anos depois, essas filmagens vieram formar a base deste documentário lançado agora este ano. Tudo isso, mais um depoimento emocionado do ator de O Máskara (1994).
Veja o trailer do filme “O Mundo de Andy”:

Este era Andy Kaufman:

O nome em inglês do filme de 1999 é “Man on the Moon”, que é o nome de uma canção da mitológica banda norte-americana R.E.M. Aliás, o vocalista desta banda, Michael Stipe aparece no documentário deste ano. Eis o som:

Para saber tudo sobre R.E.M, talvez coisas que nem a própria banda saiba, o vídeo explicativo do mestre e entendedor de rock, Gastão Moreira. Junto, ainda, Clemente Nascimento da clássica banda de punk Inocentes:

Bom som!

CITANDO E RECITANDO

O passado está sempre presente.
(Mário Quintana. Epígrafe do livro “1930 – Os Órfãos da Revolução” de Domingos Meirelles, 2006)

A moita buliu. Bentinho Jararaca levou a arma à cara: o que saiu do mato foi o Veado Branco! Bentinho ficou pregado no chão. Quis puxar o gatilho e não pôde.
– Deus me perdoe! Mas o Cussaruim veio vindo, veio vindo, parou junto do caçador e começou a comer devagarinho o cano da espingarda.
(“Lenda Brasileira” de Manuel Bandeira)

O olho do homem serve de fotografia ao invisível, como o ouvido serve de eco ao silêncio.”
(Machado de Assis)

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