Já não dá para aturar
esse mundo bem travado,
fascista, mal-educado,
só pensando em armamento, em morte e no mercado.

Que mercado, afinal?
O do rico?
O do banqueiro?
De só um conglomerado?

E assim, nesse cenário,
como o pobre vai crescer?
Só com a força do trabalho?

Trabalhando sem seguro,
sem descanso e sem salário.
E sozinho trabalhando, sob sol e sob chuva,
em qualquer tempo e horário.

O que sobra?
Quase nada,
quem sabe um reles trocado,
ou um aperto no peito, de um choro ignorado.

Sobra dor, lamento, melancolia.
Inimaginável presente,
verdadeira distopia.

Mas pode ser diferente,
ser mais justo, coerente,
com a riqueza produzida
acessível a toda a gente.

Um mundo mais transparente,
bonito, honesto,
decente,
no qual fique garantido
o recurso necessário
para qualquer cidadão,
professor ou operário,
banqueiro ou missionário.

E não precisa comunismo,
socialismo ou anarquia,
basta um pouco de bom senso,
reflexão, empatia.

Dá para ver que é melhor
viver, como se viveria,
sem os males da miséria,
da avareza e da apatia.

Perceber que não tem dono
a noite, a chuva ou o dia.
E o planeta também não,
é somente a moradia.

Moradia dividida,
para a vida em harmonia,
preservados os desejos,
desfazer a distopia.

Voz: Everson Guimarães Silva
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